Integrantes da turma da Região da Pampulha festejaram no parque os 30 anos de apresentação e a conquista de nove notas máximas de 10 jurados

Deu Feijão Queimado na cabeça. Com pontuação final de 99,7, grupo do Bairro Urca, na Região da Pampulha, venceu o Concurso Municipal de Quadrilhas Juninas (Grupo A), do Arraial de Belô, promovido pela Belotur/Prefeitura de Belo Horizonte. Ao fim da apuração, na tarde de ontem, no Parque Municipal, no Centro da capital, os integrantes comemoraram o resultado, sacudindo a bandeira da agremiação e cantando o refrão do hino: “Sou por ele apaixonado, Feijão Queimado dentro do meu coração”. Comovido, o diretor Danilo Martins, de 25 anos, disse que a vitória resultou de cinco meses de ensaio e muito empenho da comunidade.

Com a conquista do primeiro lugar, o Núcleo Mineiro de Cultura Feijão Queimado, com 50 integrantes conquistou o prêmio R$ 10 mil. Em segundo, ficou o Grêmio Recreativo Cultural São Gererê, do Bairro São Geraldo, na Região Leste, ganhador de R$ 6 mil, e em terceiro a Associação Sociocultural e Arte Forró de Minas (R$ 4 mil), do Bairro Jardim América, na Região Oeste. Segundo o diretor de eventos da Belotur, Arthur Vianna, a 32ª versão do Arraial de Belô teve apresentação de 14 quadrilhas: “Este ano, o diferencial foi a mudança no conceito da festa, que deixa de lado o tom nordestino e passa a ter um enfoque genuinamente mineiro”. Isso se traduz pelo ritmo das músicas das Gerais, caso do calango, e pelos trajes masculinos e roupas das mulheres, que perdem os retalhos e exibem figurino especial, “como se fossem roupas de domingo”.

Segundo Vianna, o Arraial de Belô, “maior festa junina da Região Sudeste do país”, registrou, de sexta-feira a domingo, público de 45 mil pessoas na Praça da Estação, número inferior ao do ano passado, de 75 mil pessoas. Ele explicou que em 2009 não estava em vigor decreto municipal que limita o público, por dia na praça. O arraial tem parceria da União Junina Mineira, que coordena as quadrilhas. “A festa está crescendo e as quadrilhas são as estrelas do espetáculo”, afirmou o presidente da entidade, Marcelo Borges, que defende uma ajuda de custo para os grupos, que gastam, do próprio bolso, de R$ 7 mil a R$ 10mil.

Vianna afirmou que o objetivo, agora, é trabalhar para o Arraial de Belô se tornar um produto turístico. “Trouxemos agentes de turismo do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo para conhecer o evento, mas, para se tornar produto turistico, é preciso que a festa seja única, portanto, com a personalidade bem mineira. A PBH investe cerca de R$ 1,1 milhão no Arraial de Belô, enquanto no carnaval é de R$ 1,2 milhão.

“Assim que sairmos daqui, vamos para um churrascão”, disse Danilo, por volta das 16h, ao ser carregado pelos integrantes do Feijão Queimado, perto do coreto do Parque Municipal. “Estamos comemorando 30 anos de apresentação e fomos premiados nove vezes. É muita alegria”, comentou. O grupo recebeu nota 10 de nove jurados, recebendo apenas um 9,7 no quesito caracterização. A classificação foi a seguinte: Feijão Queimado (1º), São Gererê (2º), Forró de Minas (3º), Capão da Mandioca (4º), Fogo de Palha (5º), Vira Volta (6º), São Mateus (7º), Brejo Grande (8º), Kossaco (9º), Perna Bamba (10º), Sem Nome (11º), Pega Frango (12º), Fogão a Lenha (13º) e Casa do Chapéu (14º).

Fonte Uai Minas